Escrevo porque às vezes falar não cabe. E você sabe — você sempre sabe. Você observa antes, escuta depois, sente por último. Ou finge que sente por último.
Você repara em tudo. No jeito que eu chego, no jeito que eu vou, no intervalo entre as palavras. Faz perguntas como quem puxa fio por fio, tentando entender o que está escondido, inclusive o que eu mesma não sei dizer. Às vezes cansa. Às vezes salva.
Você se preocupa demais, mais do que assume. Disfarça com drama, exagero, humor torto. Ri alto pra não falar baixo. Faz piada quando a coisa aperta, faz cena quando o silêncio pesa. E mesmo sem se explicar, você cuida.
É difícil entender suas emoções porque você não entrega fácil. Guarda tudo num lugar que só você frequenta. Mas mesmo assim, dá pra sentir quando alguma coisa te atravessa — fica no olhar, no jeito de perguntar de novo a mesma coisa, como quem espera uma resposta diferente.
Eu gosto de você assim. Complexo, engraçado, atento. Dramático no limite certo. Presente do jeito silencioso que só quem observa demais consegue ser.
Essa carta é só pra dizer que eu noto você.
Mesmo quando você acha que ninguém nota.
Com carinho,
eu.
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Autor:
Brunna Keila (Pseudónimo (
Offline) - Publicado: 10 de dezembro de 2025 18:30
- Categoria: Carta
- Visualizações: 10
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Comentários1
Linda carta, também noto você. És tão princesa quanto a Bruna que conheci e a Keila que conheço. Abraços poéticos
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