A vida não toca a campainha.
Entra.
Tira os sapatos no meio da sala
e bagunça o tapete que você jurou manter alinhado.
Ela mostra que algumas respostas
não vêm com ponto final,
e que tem pergunta que dói menos
quando a gente para de procurar.
Ensina que saudade não devolve ninguém,
mas afina a gente por dentro,
como quem estica corda de violão
até achar o som certo.
Que amor é verbete em movimento:
ora cresce, ora murcha,
mas sempre deixa um cheiro aceso
no canto mais esquecido do peito.
Ensina também que coragem
é só o nome bonito
que damos ao medo
quando decidimos ir assim mesmo.
E que felicidade é bicho arisco —
não se caça, se acolhe.
Vem quando quer,
fica pouco,
mas faz barulho suficiente
pra gente lembrar que existe.
E no final, sem aviso,
a vida sussurra que o mundo não cabe nas mãos,
mas um instante cabe.
E isso, quase sempre,
é o que salva.
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Autor:
Melancolia... (
Offline) - Publicado: 9 de dezembro de 2025 09:40
- Comentário do autor sobre o poema: Minha contribuição no grande grupo de mesclados GRUPO POÉTICO SPELL .
- Categoria: Ocasião especial
- Visualizações: 19
- Usuários favoritos deste poema: Melancolia..., DAN GUSTAVO, elfrans silva, Versos Discretos, Sezar Kosta

Offline)
Comentários1
Meu amigo Melancolia, que força na sua definição! A vida é essa entidade que tira os sapatos no meio da sala e quebra o tapete alinhado que a gente jurou manter.
Você viu a essência. O amor é verbo em movimento, e a saudade afina a gente como se esticasse a corda de um violão, buscando o som certo. A coragem é o medo que decidiu ir assim mesmo. E a felicidade, bicho arisco, só pode ser acolhida. Que bom que você compreendeu: o mundo não cabe nas mãos, mas o instante salva. Parabéns por essa lucidez que dói e liberta.
Os parabéns mesmo vai para este belo comentário...
Abrilhantou e também finalizou com classe esse poema simples...
Gratidão meu amigo....E seguiremos buscando o tom certo.
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