Quando a chuva toca o mundo, ela desperta teu brilho.

E eu te vejo  linda, inteira, entregue ao instante 
enquanto cada gota desliza em teus contornos
como se quisesse aprender o formato do teu destino.

Na penumbra úmida do céu, teu corpo se desenha
numa suavidade que só a chuva entende.
Teus cabelos, soltos e molhados, moldam o vento;
teus pés descalços conversam com a terra,
e tua boca, iluminada pela água que cai,
parece guardar segredos que só o meu olhar ouve.

É nesse cenário onde o mundo se aquieta
que minha imaginação te abraça inteira.
Vejo a força gentil das tuas emoções transbordando,
mesclando-se à dança líquida do céu.
E cada sentimento teu, tão vivo e tão profundo,
faz a chuva quase se curvar para te acompanhar.

Quando caminhas sob a tormenta suave,
o amor ganha novas formas, novos brilhos;
é como se as gotas celebrassem tua presença,
como se o tempo parasse só para te admirar.

E eu, rendido ao encanto de te ver assim,
percebo que a verdadeira luz da cena
não vem do céu, nem do relâmpago, nem da água 
vem de ti.