Carta Aberta — O Encanto dos Olhos que Renascem
O encanto dos olhos brilhantes do amor renascente nunca foi falso. Sempre existiu como um sussurro antigo, guardado nas frestas do tempo, à espera do instante certo para regressar com a serenidade de quem sabe que a verdade nunca perde a voz — apenas repousa.
Há um silêncio que antecede o renascer.
Um silêncio que não pesa, mas prepara.
É nele que os olhos se voltam a iluminar — devagar, como quem reaprende a respirar depois de longos invernos de contenção. E quando essa luz desperta, traz consigo uma promessa: a de que nenhum sentimento genuíno se perde, apenas se esconde até encontrar coragem para florescer novamente.
Os olhos do amor renascente carregam histórias que não precisam de ser explicadas, porque falam nelas próprias. Não há artifício, não há truque, não há máscara que lhes sirva. Eles confessam o que a boca não ousa dizer. São transparências vivas que atravessam qualquer couraça que tenhamos construído — e tocam o centro mais vulnerável da alma com uma precisão quase divina.
E é nesse toque que o mundo muda.
É nesse toque que algo dentro de nós se ergue, mesmo que ainda ferido, mesmo que ainda trémulo.
É nesse toque que percebemos que a vida, por mais desgastada que pareça, ainda guarda espaços inteiros onde podemos recomeçar.
Porque o amor que renasce não chega para ser visto — chega para ser sentido. Ele não exige provas; oferece presença. Não pede respostas; devolve clareza. Não invade; aproxima-se. É uma verdade que se move com a delicadeza de quem conhece a profundidade das feridas e, ainda assim, escolhe depositar luz sobre elas.
Há olhos que não procuram aprovação — procuram conexão.
E quando a encontram, brilham como se a alma tivesse acendido uma vela invisível dentro do peito.
Que esses olhos — os que te tocam, os que te reconhecem, os que te devolvem ao teu centro — nunca se apaguem.
E que o amor, sempre que renascer em ti, encontre espaço, gentileza e fôlego para permanecer.
Porque nenhuma verdade que renasce vem para partir.
Vem para iluminar o que ainda merece ser vivido.
Sandra Marisa Albuquerque
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Autor:
Amorpoemas (
Offline) - Publicado: 9 de dezembro de 2025 02:43
- Categoria: Carta
- Visualizações: 3

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