Desceu na corrente seguindo a descrente até o mar de sal.
Salpicos de água da doce serpente ao pungente da mágoa.
Afundando no escuro com a alma clemente à prisão deste mal.
Ao alto a feição ardente da Lua Vermelha na Face d’água.
A dor se esvazia em si de ternura exígua.
O frio tomando seu corpo, o tempo parando em pressa contida.
Afundando em lentidão com inércia mantida.
Letargia atada a tristeza contígua.
Indolência alternando com avidez ambígua.
A visão que abalou a essência do ser.
A Lua Vermelha na Face d’água.
Faz do vazio o temor e da busca contínua um querer.
Se debateu com fúria e esforço anormal.
Exauriu o ar de seu peito, conseguiu com o feito o encharcar.
Lutou com tudo que tinha, tossia, tremia, convulsionava recusando-se a aceitar.
Por fim de decaiu, se mexer não podia, o que faria? Voltaria ao primal?
Buscou refugio na mente, não descansava o que pudesse forçar.
O escuro avançava, e o frio tomava, pôs se a vela a minguar.
Recusou! Compeliu-se a pensar, para se livrar do escuro e da praga.
Teve um desígnio e agarrou com vigor.
Petrificou na memória a imagem de pérfido horror.
A Lua Vermelha na Face d’água.
-
Autor:
Marcelo Miranda Velten (
Offline) - Publicado: 8 de dezembro de 2025 09:12
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 5

Offline)
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.