A Lua Vermelha na Face das Águas.

Marcelo Miranda Velten

Desceu na corrente seguindo a descrente até o mar de sal.

Salpicos de água da doce serpente ao pungente da mágoa.

Afundando no escuro com a alma clemente à prisão deste mal.

Ao alto a feição ardente da Lua Vermelha na Face d’água.

 

A dor se esvazia em si de ternura exígua.

O frio tomando seu corpo, o tempo parando em pressa contida.

Afundando em lentidão com inércia mantida.

Letargia atada a tristeza contígua.

 

Indolência alternando com avidez ambígua.

A visão que abalou a essência do ser.

A Lua Vermelha na Face d’água.

Faz do vazio o temor e da busca contínua um querer.

 

Se debateu com fúria e esforço anormal.

Exauriu o ar de seu peito, conseguiu com o feito o encharcar.

Lutou com tudo que tinha, tossia, tremia, convulsionava recusando-se a aceitar.

Por fim de decaiu, se mexer não podia, o que faria? Voltaria ao primal?

 

Buscou refugio na mente, não descansava o que pudesse forçar.

O escuro avançava, e o frio tomava, pôs se a vela a minguar.

Recusou! Compeliu-se a pensar, para se livrar do escuro e da praga.

Teve um desígnio e agarrou com vigor.

Petrificou na memória a imagem de pérfido horror.

A Lua Vermelha na Face d’água.

  • Autor: Marcelo Miranda Velten (Offline Offline)
  • Publicado: 8 de dezembro de 2025 09:12
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 5


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