Sua ausência ainda dói,
uma dor fina, silenciosa, que não grita,
mas atravessa.
Penso em você quase todos os dias,
como quem lembra de um lugar
onde já não pode voltar.
À noite, mesmo sem saber onde você está,
Eu oro por você.
Desejo que a vida seja leve nos seus ombros,
que a paz encontre sua porta,
que o mundo te dê aquilo que eu não soube dar.
É estranho desejar tanto
por alguém tão distante,
mas é o que me resta,
um carinho que não pede retorno,
um amor que já aprendeu a existir sozinho.
Às vezes me pego pensando
que talvez você nem lembre mais de mim,
que sua vida segue melhor sem a minha sombra.
E eu tento aceitar isso sem revolta:
não te culpo, não te idealizo,
mas quando olho pra trás, dói saber
o quanto eu queria ter feito tudo diferente.
Queria ter sido mais.
Ter estado mais.
Ter cuidado mais.
Mas eu estava quebrado,
e alguém partido não sustenta ninguém.
Hoje entendo isso com clareza amarga:
só cura quem está curado.
Não uso isso como desculpa;
uso como reflexão,
como tentativa de compreender
os caminhos tortos que tomei.
E o que dói é saber que não existe volta no tempo.
Que a chance que eu queria
nunca vai existir.
Sigo carregando a culpa mansa
de quem errou e sabe que perdeu
algo que não se encontra duas vezes na vida.
Não é drama, é constatação.
Mas mesmo assim,
mesmo distante,
mesmo sabendo que nossas vidas se desenrolam
em linhas que não tocam mais,
eu ainda penso em você.
Ainda oro por você.
Ainda desejo de um jeito sereno,
quase resignado,
que o melhor que existe no mundo
chegue até você.
Porque, no fim,
meu amor cresceu.
Ficou menos egoísta,
mais maduro,
mais calado.
Um amor que sabe que acabou,
mas que continua existindo,
não para ter você,
mas para te querer bem.
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Autor:
Yves de Sá (
Offline) - Publicado: 7 de dezembro de 2025 09:42
- Categoria: Amor
- Visualizações: 3

Offline)
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