De repente...

Jonas Teixeira Nery

De repente deparei-me  com essa chama intensa,
com essa vontade de desfazer amarras, ousar.
Era noite e o silêncio persistia, um vazio imenso!
Muita melancolia e lembranças insistentes... 

Entre as rugas que trago sobre a face,
a desordem constante emoldurando-me,
pressinto-me invadido por meus desvarios, 
inoportunos, cheio de ausência de afetos...

De repente, sonho com um amor e paixões.
Meu corpo rejuvenesce, deleito-me, engano-me.
Meus fantasmas me dão trégua nessa noite,
meu corpo esquece minha decrepitude...

Ah, esses fantasmas que me acompanham!
Estou tão cansado dessa vida precária, 
dessas esquinas, desses ecos e passos claudicantes, 
dessas indiferenças que alimentam meus dias.

O amor não vem mais! Me conformo!
Resta só esse espelho retorcendo minha cara.
Essas mãos paradas, frias, quase mortas...
Ausente de afagos, resta meu corpo cansado!

De repente, meus pequenos e grandes medos,
dão espaço a essa calma indizível que transborda,
que me alimenta nem sei bem de quê...
Assim sigo entre tropeços, poesias e essas esperas...

Valeu a pena? Sei lá! 
Vai ver a vida seja isso! 
Esses amores intensos que se vão.
Esse envelhecer entre reflexões e lamentos...

  • Autor: JTNery (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 4 de dezembro de 2025 11:46
  • Categoria: Reflexão
  • Visualizações: 6


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