A MORTE DO POEMA

joaquim cesario de mello

 

O poema morreu

No ar um ruído leve

como quem solta um copo

um segundo antes de cair

 

Ninguém viu

As pessoas passam distraídas

em seus pequenos incêndios diários

e eu ali ajoelhado diante do poema morto

que só eu sabia que continuava vivo

 

No fundo a poesia não morre

eu é que por um instante perdi

a capacidade de escutá-la

 

Como diz o poeta

a poesia sobrevive

somos nós que às vezes

ficamos sem fôlego

 

Comentários +

Comentários1

  • Arthur Santos

    É mesmo isso caro poeta: ... às vezes ficamos sem fôlego...
    No entanto o poeta morre mas não morre a sua poesia!
    Belo poema.



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