A minha mente, às vezes, mente.
Sussurra culpas que não são minhas,
ensombra caminhos que ainda brilham,
me diz que sou pequena —
quando, na verdade, sou intensa, sou imensa.
Só que por vezes esquece de si.
Ela mente
quando veste os olhos com o véu do egoísmo das dores,
fazendo tempestade onde havia só vento,
erguendo muros onde existiam apenas portas entreabertas.
Ela mente
quando transforma o outro em inimigo,
quando o conflito vira gigante,
quando aquilo que machuca vira verdade —
quando não é.
E eu, que sou mundo
e carrego mundos,
me vejo nesse complexo confuso
entre o caos e o sentido,
entre a vida que pesa
e a vida que pulsa.
Mas há sempre um instante silencioso
em que percebo:
se a mente mente,
o coração revela.
E nele encontro o afago
que costura de volta
o que pareço perder.
Sou mais do que penso,
mais do que temo,
mais do que a mente diz.
Sou caminho, sou destino,
sou retorno,
sou presença que insiste.
E sigo —
não porque é fácil,
mas porque decido.
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Autor:
Josi PMVC (
Offline) - Publicado: 1 de dezembro de 2025 13:42
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 6

Offline)
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