EM PAPEL DE PÃO

Lucien Vieira

Escrevi ao passado

um bilhetinho curto,

em papel amassado — de pão.

 

Não dizia muito,

mas o pouco era demasiado.

 

O rabisco principal,

de temática nossa, de significado,

ressoava em carinho,

humildade, perdão...

 

Espero que o meu alcance

te alcance,

e nos refaça,

comigo em ti

e tu em mim.

 

As memórias

dos cantos do canto dos dengos,

desarrumadas,

revelam dores.

 

As flores

permanecem flores.

 

Um mínimo aceno,

ao alcance que seja,

revela o seno

do assentimento

ou não

da tua verdade.

 

Idade

é só idade.

  • Autor: Lucien Vieira (Online Online)
  • Publicado: 28 de novembro de 2025 04:51
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 3
  • Usuários favoritos deste poema: JT.
Comentários +

Comentários1

  • JT.

    Uma delicia o seu poema, nos faz voltar no tempo, onde a palavra empenhada era respeitada.
    O papel de pão que desmanchava na agua, deu lugar ao plástico, que pápula por nossas vidas.
    Sem querer se desmanchar.
    Bravos.
    JT

    • Lucien Vieira

      A sua interação muito me honra.
      Fico agradecido.
      Abraço!



    Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.