Nos primeiros dias, ela não viu o vazio.
A casa parecia a mesma,
as paredes ainda falavam baixo,
e o mundo seguia como se nada tivesse mudado.
Mas o tempo…
ah, o tempo não sabe esconder verdades.
Os dias foram ficando cinzas,
o ar pesado,
e o peito doía num lugar que ninguém alcançava.
A saudade virou sombra,
e a vontade de ir embora,
de se juntar à mãe,
parecia mais forte do que qualquer passo adiante.
Ela se sentia pequena,
perdida,
sozinha num mundo grande demais.
Mas quando tudo parecia sem cor,
quando o chão tremia
e a alma quase desistia…
a luz encontrou ela.
Não foi um barulho,
não foi um milagre estourando o céu,
foi suave, foi quente, foi Deus.
Ele entrou devagar,
acolhendo o que ninguém via,
segurando o que estava por desabar.
E aquela menina,
que já quase não enxergava esperança,
descobriu que o amor d’Ele
era maior que o vazio,
mais forte que a dor,
capaz de colorir até o que já parecia perdido.
E assim,
na palma das mãos de Deus,
ela voltou a respirar.
E aos poucos,
bem devagar,
voltou a viver.
Tábata Lorena.

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Comentários1
Belo poema de amor.
Obrigada!
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