A ESTRADA QUE ME VIU LEVANTAR.
— Eraldo Silva
Eu era aquela plantinha feia à beira da estrada, pequena demais para chamar atenção, frágil demais para que alguém acreditasse no meu amanhã.
Todos os dias você passava por mim e não apenas passava: pisava, arrastava os pés, arrancava minhas folhas como quem arranca a esperança de alguém que tenta nascer.
Mas o tempo… ah, o tempo tem uma maneira silenciosa de ensinar. Veio a chuva, veio o sol veio a noite com seu segredo de força, e eu fui crescendo — devagar, persistente, sobrevivendo ao que tentava me impedir.
Anos depois, você voltou pela mesma velha estrada hoje quase esquecida.
E, ao me ver, reconheceu a plantinha que um dia desprezou.
Agora crescida, firme, sombra para os cansados, fruto para os famintos.
E foi justamente sob a minha sombra que você descansou, alimentando-se daquilo que um dia tentou destruir.
RESUMO DA HISTÓRIA.
Nunca subestime o broto de hoje — ele pode ser a árvore que te abrigará amanhã.
A vida gira, as estradas retornam, os papéis se invertem.
Quem tenta sufocar o crescimento de alguém pode, no futuro, depender da força que esse alguém criou para sobreviver.
Por isso, plante respeito, cuide do caminho e não diminua ninguém.
A vida sempre devolve — às vezes em forma de sombra, às vezes em forma de lição.
— Eraldo Silva
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Autor:
Eraldo sousa Silva. (Pseudónimo (
Offline) - Publicado: 23 de novembro de 2025 23:42
- Categoria: Conto
- Visualizações: 5

Offline)
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