Eu sei que é insano, eu sei que é em vão, Dar murro em ponta de faca sem descanso. É testar o limite da minha mão, No aço que não entende o que é remanso.
É sangrar sem ter chance de vencer, É enfrentar o que tem forma invencível. Mas há uma honra em não se render, No ato que parece incompreensível.
A cada golpe, a dor é um espelho, Que reflete a fibra que não quer ceder. A cada estilhaço, um novo joelho, Que aprende a lutar, a se erguer.
E quando o limite da força se esgota, E o peito vazio não tem mais ar, A vida me exige uma nova rota, Um novo jeito de amar e lutar.
Eu mergulho no fundo do que me resta, Na essência da garra que não se verga, Desenterro a coragem que nunca protesta, A última esperança que me carrega.
Rasgo o medo, abro o ventre da alma, Onde a fraqueza pensava em morar. Reúno os destroços, mantenho a calma, E faço das tripas coração pra durar.
É o grito mudo de quem se refaz, Com a força tirada do avesso, É ser quem mais sofre e quem mais traz, O amor próprio de um recomeço.
Deixem-me no escuro, no canto da sala, Onde a indiferença me serve de lar. O amor que busco não é em mim, cala. É o vazio que eu aprendi a amar.
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Autor:
Roberto (
Offline) - Publicado: 23 de novembro de 2025 20:25
- Categoria: Não classificado
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