Caminho pelas ruas cinzentas da minha cidade.
Espreitam-me minhas melancolias e armadilhas.
Meu lugar tem muito espaço, muita tristeza e vazios...
É assim que levo minhas saudades e espantos.
Minha pele carcomida pelo tempo, afaga-me,
reflete meus desenganos, desamores e embaraços.
Ah, esse tédio sobre essa cidade suja, desprovida,
cheia de abandonos, nesse meu caminhar trôpego!
Aqui nasci, amei, desamei, desisti, persisti, ousei!
Tantos anos vivi entre paredes, sombras e transeuntes,
entre asfaltos e silêncios desmedidos, entre praças.
Minhas feridas persistem, insistem, me fatigam.
Muitas nuvens avolumam-se, anunciam tormentas.
Essas tormentas trazem profundas marcas, conspiram.
Haverá tempo ainda para o amor? Ledo engano!
Como amar, se tenho sido grotesco e mesquinho?
Eu que nasci despojado de certeza e embriaguez,
tantas vezes melancólico, vivo aqui nessas sombras.
sempre nesse lugar, esquecido, cheio de angústias.
Como posso amar, nessa idade de abandonos e temores?
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Autor:
JTNery (Pseudónimo (
Offline) - Publicado: 21 de novembro de 2025 07:47
- Categoria: Reflexão
- Visualizações: 5

Offline)
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