DE BAIXO PRA CIMA

Luciel Saintl

morreram ambos — véi ligeiro.

o bar entrou em desespero,

meio que tipo do nada,

O velho sacou um 38 prata,

 

Não. Sou só um bêbado imundo.

 

você quer ser o dono do mundo?

sempre se achando o demais,

Olhar pra ele é andar pra trás,

 

que crescemos abandonados.

tipo eu e minhas irmãs,

merda grande, tá ligado?

Realmente, ele fez merdas;

 

de se entrar onde num devia.

nesse tempo já inventava

mais bebia que vendia,

Nunca chegou a ser rico,

 

ele era dono desse bar.

pois quando eu o conheci

e, claro, eu posso provar,

Esse sujeito é mentiroso!

 

e alguém me disse: corta essa!

então eu disse: conte mais,

que por din-din fez muita merda,

Contou-me tin-tin por tin-tin,

 

mas num chegou a ser feliz.

de como ele fez fortuna,

de três escapes por um triz,

Contou-me toda a sua vida,

 

se me pusesse a lhe escutar.

a cachaça que eu quisesse,

disse que eu podia pegar

Convidou-me pra sentar,

 

que o chamavam de perigo.

e que arrastava tanta gente,

que quando jovem era bonito,

Começou por me dizer que era rico,

  • Autor: Luciel Saintl (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 21 de novembro de 2025 06:00
  • Comentário do autor sobre o poema: Ao seu amigo Pedro, Raul dizia: "Mas tudo acaba onde começou". E eu, meu caro leitor, lhe digo que, às vezes, tudo pode começar onde acabou. De baixo pra cima é a vida, a verdadeira.
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 2


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