Sobre a chegada do amor: sempre pensei em fazer ao amor um quarto dos mais enfeitados em meu coração, passei anos o criando, e possivelmente passarei mais um tempo. Nesse quarto deixei minha caixa de segredos, e o meu oceano de sonhos, pretendendo compartilhar ambos. Deixei todo tipo de coisa bonita, inclusive uma plantinha com meu nome, uma plantinha muito boa usando palavras.
Pensei neste canto com tanto carinho que sequer pensei sobre um grande fato. Não serei apenas morada como também morarei. Alguém neste mundo enfeita a bancada de seu coração com flores, flores que viverão eternamente— flores que serão eternamente minhas—. Alguém hoje pensou em mim sem sequer saber meu nome ou rosto, essa pessoa que tanto aguardo, na realidade também aguarda por mim, talvez tenha esperado na porta como eu, ou quem sabe seja mais inteligente e ficou na poltrona lendo um livro chamado "vida" e me deixou vir quando eu quisesse. Sabe se lá como será esse ser que deve estar guardando o amor que me pertence, pode ter mechas ruivas ou orelhas de abano, e claramente deve ter um belo coração. Seu coração deve ter todo tipo de carinho específico e também rancor pelas estradas, assim como o meu, ou pelo menos, é assim que imagino essa pessoa— Alguém maluco, mas tão belo quanto a primavera— pensei nesta criatura a vida inteirinha e ainda não sei a resposta, nem sei seu nome. Mas digo de coração, eu quero descobrir.
Ao perceber que também sou o amor que alguém vem aguardando pude sentir um amor que nunca consegui sentir tão intensamente, o amor próprio. De fato, gosto de mim, e dessa vez me vejo de maneira mais gentil, não mais como uma futura pedrinha que grudará em seu tênis favorito, e sim como um sopro de outono, que beija seu rosto timidamente e te diz "que bom te ver de novo".
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Autor:
pappilon.irino27 (
Offline) - Publicado: 20 de novembro de 2025 22:12
- Categoria: Amor
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