Injusto!
Tirem-me dessa cela acolchoada!
Vou encontrar quem me colocou aqui!
Vou encontrar quem me tirou o céu!
Quem me tirou o Sol; as nuvens;
As estrelas;
A Lua;
Os amores;
E até as dores!
Vou arrancar minha camisa de força!
Vou me vingar de todos que me fizeram parar aqui!
Quem pôde fazer tamanho sadismo?
Quem pôde ter a alma tão biltre?
Quem pôde ter os olhos tão vermelhos de sangue?
Quem?
Quando olho pelas grades da porta
Vejo o maldito carcereiro
E sua face é espelho.
Espelho cuja prata ri de minha tolice.
Tolice cujo espelho ri de minha prata.
Sou vendado pelas minhas próprias pálpebras.
Sou algemado pelos meus próprios dedos.
Sou devorado pelo meu próprio peito.
-
Autor:
Ultracrepidário (
Offline) - Publicado: 19 de novembro de 2025 23:24
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 4

Offline)
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.