Morta viva

ingridanjos

uma pedra bem no meio do peito
um sujeito sem trejeitos
como quem não quer ser visto
mas está ali

machuca todo santo dia
mas não é visto pelos demais
se esconde atrás do coração
vaga pela alma na contramão

sem sentido ou constância
mas com frequência na sua existência
como relógio despontuado
que já não sabe as horas,
os dias
ou a estação do ano

carrego esse peso sem força,
sobra da dor que me restou
uma dor que soa como brisa leve
num domingo na praia
mas que, ainda assim,
me toma por inteiro

sigo meia viva, como quem aprende a existir no intervalo da dor.

  • Autor: Ingrid Anjos (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 19 de novembro de 2025 11:50
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 9
Comentários +

Comentários1

  • Rosangela Rodrigues de Oliveira

    Há passeio na praia, com a brisa suave do barulho das ondas do mar, ao som das gaivotas que nos fazem sair de órbita, não vemos nada muito menos ninguém e realmente da-se a sensação de morta viva. Boa madrugada poetisa. Beijos poéticos.



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