Vivendo na contramão do que chamam de relacionamento.
Falam bonito: “é assim mesmo, permita-se… me deixa fazer parte da sua vida.”
Mas só por algumas horas.
Alguns minutos suficientes para preencher faltas que sempre retornam maiores, depois de um ficar descomprometido ou de um encontro às escondidas — desses que acontecem porque a pessoa não pode se expor para sua outra opção.
Relações que não se satisfazem onde deveriam, e então se abrem para suprir carências que nasceram ali mesmo.
Muitas opções.
Muitos corpos.
Muitas histórias…
E cada uma interessa por um motivo diferente, até não interessar mais.
Substituem-se pessoas como objetos que já não satisfazem mais o ego.
E, na tentativa de preencher o espaço vazio, tudo se resume à pele.
Mais um corpo.
Prazeroso, mas que não preencheu o que falta.
Mais um corpo.
E mais uma mente traumatizada.
Mais um corpo.
E já não faz mais sentido sentir — apenas tocar.
Mais um corpo.
E a falta a continuar.
O vazio de existir em um mundo onde ser incrível é o defeito mais pesado a se corrigir.
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Autor:
Eliete Souza (Pseudónimo (
Offline) - Publicado: 18 de novembro de 2025 19:47
- Comentário do autor sobre o poema: A modernidade dos relacionamentos vazios.
- Categoria: Reflexão
- Visualizações: 3

Offline)
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