Mulher

Eu sei que o desejo existe,

e sei que ele é gostoso.

Mas só faz sentido

quando nasce dos laços reais —

do encontro de almas.

Não é sobre corpo ou aparência,

nem sobre algo planejado ou forçado.

É sobre sentir.

É sobre troca de energia.

É sobre verdade.

Não preciso mostrar nada

para que o prazer exista.

Quando há conexão, confiança, afinidade,

o corpo se entrega sozinho —

no tempo certo.

O que importa é a essência.

A presença genuína.

As conversas longas,

as risadas sinceras,

o amor que não precisa de palco.

Não sou minha imagem.

Sou minha profundidade.

Quero alguém que enxergue isso,

que se entregue de verdade,

com todos os detalhes reais da vida:

o rosto amassado ao acordar,

as marcas de lágrimas,

os sorrisos que nascem sem esforço.

Não quero criar versões de ninguém.

Quero autenticidade.

Quero quem existe de verdade ao meu lado.

Inteiro. Sem máscaras.

E sim, quero paixão arrebatadora.

Aí eu escrevo sobre o que arde —

e o que cura.

Mas antes disso, prefiro escrever

sobre o nome dessa pessoa,

o que ela significa,

o que construímos,

o que sentimos.

Porque eu sou assim:

sou sentimento.