PAGÃO

Charles Araújo

PAGÃO

 

Porque, agora por fim, 

muitos me chamam de pagão 

um santo caído,

um pecador hediondo.

Mas eu mergulhei inteiro, sem reservas,

e transformei cada pecado que me atribuíram

em oferenda para você.

 

Como um mortal que ousou desafiar o Olimpo,

fiz de teus encantos o meu oráculo.

 

Herdei, do vício da carne,

a ousadia de sentir.

Já não peço perdão nem bênção 

basta-me o teu olhar, teu toque,

e eu me queimo no fogo que já me 

Condenaram

 

E se os deuses cochicham desejos,

que sussurrem para nós dois.

Eu não temo provar do teu veneno:

bebo-o como devoto desvairado,

embriagado no vinho de Dionísio.

 

E saiba, que o verbo amar comigo, é isso:

entregar-se inteiro,

viver o veneno e o antídoto,

morrer de pé, sorrindo no fim,

porque em teus braços,

até queimando no Hades,

seria motivo de festa

  • Autor: C.araujo (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 17 de novembro de 2025 22:20
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 4
  • Usuários favoritos deste poema: Arthur Santos
Comentários +

Comentários1



Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.