Se não te vejo,
se não te cheiro,
se não te toco...
Mas, ah!, aí estás,
viva e cheia de graça
e formosura.
És a pior das inquilinas
de meu coração tolo
que não tem coragem
De lançar-te à rua!
és a lembrança maldita
de dias não vividos.
És tudo e tão somente
o que desejo esquecer,
porque, de medo, escondo-me
Em minha casa; refugio-me
do mundo lá fora com medo
de, à menor escapada,
Esbarrar-me contigo na esquina
e ser, uma vez mais, confrontado
com teus olhinhos indiferentes, que nada dizem,
E, por isso mesmo, dão-me tão inútil e vil
esperança; mas, ah, se dissesses!
se proferisses a mim uma única palavra
E confirmasses, de uma vez, tudo o que sonho acordado,
tudo o que finjo que existe, toda a minha vã profissão de fé,
e materializasses, naquele instante de felicidade, toda uma vida não vivida.
Se tão somente te aproximasses de mim e jorrasses mel de teus lábios.
Sonhador louco e desvairado! Tudo o que sei, tudo o que sou, nada é e nem
pode vir a ser, pois sou fruto da imaginação dos homens, das sensações
Que satisfazem ao coração humano. Não existo. Mas tu, oh menina, fazes-me desejar existir. Lavem-me os olhos! quero voltar a enxergar a dura realidade que
se impõe e sobrepõe aos sonhadores preguiçosos, pois
Se não te vejo,
se não te cheiro,
se não te toco,
Também tu não existes.
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Autor:
Lucas Guerreiro (
Offline) - Publicado: 16 de novembro de 2025 16:19
- Categoria: Amor
- Visualizações: 3
- Usuários favoritos deste poema: Fabricio Zigante

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