Hoje ouvi vozes perguntando
qual seria a pior dor do mundo.
Uns disseram amor,
outros juraram ser a ansiedade.
Fiquei em silêncio.
Porque a pior dor
não cabe em respostas rápidas.
A pior dor é a saudade.
Ela chega no dia mais feliz
e no mais sombrio,
invadindo memórias que não pediram passagem.
Não é dor de amores perdidos —
é ausência de quem era parte da minha vida,
parte de mim.
Já senti muitas dores,
mas nenhuma se compara
ao vazio de perder alguém.
É como descer ao inferno
e não conseguir voltar à superfície.
Você tenta, respira fundo,
estica a mão,
mas algo sempre puxa para baixo.
E hoje ainda tento subir,
ainda tento me encaixar em qualquer espaço
que alivie esse peso.
Mas a cada dia a dor se estende,
se aprofunda,
cresce.
Mesmo assim, guardo um sonho:
um dia quero te dizer
que mais do que seu filho,
eu me tornei seu fã.
Quero te dar um abraço tão forte
que me eleve ao céu
e me arranque dessa queda.
Hoje pensei em você.
Pensei nas segundas que doíam,
em cada minuto que me tirava a paz.
O tempo passa rápido,
como brisa de verão —
mas há um único dia
em que fui verdadeiramente feliz.
Guardo esse dia comigo,
como quem protege um fogo pequeno
numa noite fria.
Eu poderia ter dito a eles
que a pior dor do mundo
não era nenhuma das que imaginaram.
A pior dor
é a que fica.
É a que volta.
É a saudade que nunca descansa.
- Autores: Gustavo players
- Visível: Todos os versos
- Publicado: 16 de novembro de 2025 02:33
- Limite: 6 estrofes
- Convidados: Público (qualquer usuário pode participar)
- Categoria: Reflexão
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