Entre a superfície e o vazio

Gustavo players


Hoje ouvi vozes perguntando
qual seria a pior dor do mundo.
Uns disseram amor,
outros juraram ser a ansiedade.
Fiquei em silêncio.
Porque a pior dor
não cabe em respostas rápidas.
A pior dor é a saudade.
Ela chega no dia mais feliz
e no mais sombrio,
invadindo memórias que não pediram passagem.
Não é dor de amores perdidos —
é ausência de quem era parte da minha vida,
parte de mim.
Já senti muitas dores,
mas nenhuma se compara
ao vazio de perder alguém.
É como descer ao inferno
e não conseguir voltar à superfície.
Você tenta, respira fundo,
estica a mão,
mas algo sempre puxa para baixo.
E hoje ainda tento subir,
ainda tento me encaixar em qualquer espaço
que alivie esse peso.
Mas a cada dia a dor se estende,
se aprofunda,
cresce.
Mesmo assim, guardo um sonho:
um dia quero te dizer
que mais do que seu filho,
eu me tornei seu fã.
Quero te dar um abraço tão forte
que me eleve ao céu
e me arranque dessa queda.
Hoje pensei em você.
Pensei nas segundas que doíam,
em cada minuto que me tirava a paz.
O tempo passa rápido,
como brisa de verão —
mas há um único dia
em que fui verdadeiramente feliz.
Guardo esse dia comigo,
como quem protege um fogo pequeno
numa noite fria.
Eu poderia ter dito a eles
que a pior dor do mundo
não era nenhuma das que imaginaram.
A pior dor
é a que fica.
É a que volta.
É a saudade que nunca descansa.


A pior dor que existe
não nasce no corpo,
nem some com remédios:
é a dor que fica
quando alguém parte
numa viagem sem retorno.
Há feridas na pele
que o tempo apaga.
Há dores que o choro alivia.
Mas a saudade —
essa não cicatriza.
Ela repousa na gente
como um peso invisível,
um fio puxando a alma
para um lugar que já não existe.
Seria mais fácil
se as lembranças aquecessem.
Se o passado fosse abrigo,
não lâmina.
Mas cada recordação
abre de novo
o espaço que a ausência deixou.
E seguimos.
Passos lentos,
dias que parecem longos demais,
uma vontade pequena
de continuar vivendo
quando o coração insiste
em olhar para trás.
A dor da saudade
é o desgosto mais profundo:
não grita,
não fere por fora,
mas trabalha em silêncio,
como noite que não amanhece.
Porque a pior dor do mundo
não é a que rasga —
é a que permanece.
{Sezar Kosta}


Saudade não é só a falta que consome,
É a biblioteca dos dias que se foram.
Cada livro aberto sussurra um nome,
E as páginas, de silêncio, se adornam.
É a tela em branco no museu da memória,
Que só o traço da ausência pode pintar,
A cicatriz que celebra a história,
O preço altíssimo que é o amar.
Quem não a bebeu, taça a taça, na agonia,
Não viu o sol nascer em tons de cinza e ocre.
Pois a saudade é o verso que traz poesia,
Mas a rima é o sangue que lentamente escorre.
Pois essa dor, que te rasga e te cala,
É o atestado de que houve um jardim.
A saudade é a prova que a vida te exala
O aroma eterno de tudo que não tem fim.
Ela é o limite e o portal do sentir.
Quem nunca a sentiu, vive pela metade.
A maior dor do mundo é a de partir,
Mas a segunda maior é a Saudade...
Que nos lembra que a primeira foi verdade.


E se não fosses saudade,
Mas presença que não se vai?
E se não fosses falta,
Talvez apenas um até mais,
Seria pedir de mais?
Se fosses só lembrança leve,
Não um deja vu amargo na mente
Talvez meu peito vivesse em paz
Mas a noite sabe o que essa saudade faz
E o meu travesseiro também.
E se não fosses punhal na alma,
Afiado para causar dor,
Nem sombra que o tempo traz?
Do que um dia ja foi amor
Talvez eu sorrisse ao lembrar
Do que um dia ja teve cor
Do que nos tornamos, do que ficou para trás.
Foste tudo — e foste ausência,
No fim minha Senteça.
Hoje, és lágrima muda, calada.
No eco do que fomos, restou
Uma história que nunca foi acabada.
[PoetadeMarte]


Entre a superfície e o vazio,
dançamos na melodia da vida.
O amor nos envolve,
como um abraço acolhedor,
enquanto a saudade, sussurrante,
nos lembra dos momentos
que aqueceram nosso ser.
Na amizade sincera,
encontramos alegria
nas pequenas coisas,
um sorriso compartilhado
que ilumina os dias mais sombrios,
fazendo do mundo um lugar
repleto de significados.

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Comentários1

  • JT.

    Entre, A superfície exposta.
    E o vazio do silencio.
    Ouvia se uma voz angelical a murmurar.
    Era uma vez,
    Um afago, um carinho e um beijo molhado.
    Que encontrando se com um amor tão carente.
    Se influenciaram.
    Por tamanha paixão que nem souberam se explicar.
    Dai por força de um desejo mais forte que a paixão.
    Coração não suportando tanta emoção.
    Deixou se levar.
    O cio foi tão grande e descompensado.
    Sucumbindo com a solidão que de boca fechada teve que ficar.
    Encurto para o mais rápido se chegar a o final.
    Afirmando.
    Que felicidade.
    Foi a conotação de tal história.
    Por JT



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