No jardim, na praça, Repousa um círculo, de pedra, bronze ou grés, Com linhas finas traçadas, num ritual de luz, Onde o ponteiro imóvel dança aos pés.
Não há engrenagem, nem corda a dar vigor, A sua alma é a sombra, a musa fugaz, Que se estende e encolhe com divino fulgor, Movida pela marcha do Sol, que sempre traz
O ciclo eterno, do nascer ao ocaso, Medindo a jornada, serena e ancestral. Cada risco gravado marca um passo, Da carruagem de Apolo, sublime e real.
O Gnomon, haste firme, aponta para o céu, Capturando o instante, a lição do viver. Não conta o segundo, o minuto, nem o véu De urgência imposta; ensina a perceber.
É um relógio de pausa, de reflexão profunda, Que só vive enquanto a luz o vem beijar. Lembrando que a pressa é falha e infecunda, Pois o tempo mais puro é o que se deixa estar.
E quando a noite chega, com seu manto estrelado, Ele silencia, espera a Aurora vir. Guardando em si o calor do dia passado, A passagem do tempo, guiada só pelo brilho, Do Sol, que em nós desperta o mais belo trilho.
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Autor:
Roberto (
Offline) - Publicado: 15 de novembro de 2025 08:56
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 8

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