O Tabuleiro é belo, mas é de guerra o palco, E a estratégia falha quando o chão trai. Não é a flecha que atinge, nem o golpe franco, Mas a surpresa enterrada que o avito traz.
O Peão avança, passo hesitante e lento, Caminhando sobre um chão de areia fina. Não vê a armadilha, o golpe violento, A peça oculta que jaz na disciplina.
O Bispo observa, de longe, o movimento, Sua rota é reta, mas o alvo é incerto. Cada casa guarda um potencial lamento, Um final súbito, sem aviso, por perto.
A Torre avança, pesada e decidida, Mas um único quadrado tem poder letal. Não precisa de xeque para ceifar a vida, Basta o peso para acionar o final.
A Rainha é forte, o poder que domina, Mas até ela deve medir o seu andar. Pois o tapete de combate tem uma sina: Qualquer deslize pode o jogo estragar.
O Rei, no centro, clama por proteção, Cercado de mistérios, sob a luz opaca. Sabe que a morte espreita em cada seção, Uma surpresa.
Na caixa, escura, fria e apertada, Não há mais preto e branco, amigo ou rival. A hierarquia, enfim, é desfeita e calada, E a igualdade se impõe, depois de todo mal, paz afinal.
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Autor:
Roberto (
Offline) - Publicado: 14 de novembro de 2025 02:44
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 7

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