Com licença,
Mas como posso saber,
O que você pensa,
Debaixo dessa névoa indevassável,
Dessa neblina tão densa,
Onde tudo é possível,
Onde tudo é provável,
Nada tem nível de evidência,
Como tratar essa variável,
Esse amor que já é ciência?
Se você gosta ou não gosta,
Se eu entrei no cálculo da sua amostra,
Talvez eu não seja normal,
Uma variável ordinal,
Será que estou lá no final?
Quem sabe uma hipótese alternativa,
Ou uma hipótese nula sem perspectiva,
Uma variável não paramétrica,
Uma relação assimétrica,
O que diminui nossa probabilidade,
Mas o que dizer da saudade?
Uma variável quantitativa ou categórica?
Já sou uma analise retrospectiva,
Ou uma coorte histórica?
Será não ou será sim,
O que você sente por mim,
Ou será que você nada sente,
Ou sente e esconde a verdade?
Será que sua metodologia mente?
Será que é medo ou fragilidade?
Ou será que é cedo pra realidade?
Será que sua distância é timidez,
Ou será indiferença,
À minha presença?
Talvez excesso de sensatez,
Talvez não ou sim, talvez,
Serei seu maior erro alfa,
Fruto de um simples acaso,
Ou serei seu gênio da garrafa,
Uma adolescência fora do prazo?
Tudo que é dúvida ou hesitação,
Lhe cai perfeitamente como uma luva,
Serei só um desvio padrão,
Ou sua margem de erro,
Ou um valor fora da curva?
Quando escrever sua conclusão,
Quando você publicar seu artigo,
Vou saber qual a definitiva decisão,
Se você me deseja como um amante,
Um amor, uma paixão,
Ou serei só o seu amigo?