Teoria Quântica do Amor

Hugo Jorge

Tudo o que somos, tudo o que criamos, tudo o que sonhamos — nasce do amor.
Não o amor limitado à forma ou à posse,
mas o amor que é movimento, vibração, frequência primordial.

Desde a primeira célula que procurou outra para sobreviver,
até à mente humana que levanta os olhos ao céu e pergunta “porquê?”,
o amor tem sido a força invisível que guia a evolução.
É o impulso de ligação que une átomos, pessoas e estrelas.
É o código secreto que corre por baixo da realidade —
a sinfonia silenciosa que tudo mantém em harmonia.

A tecnologia nasce do amor de quem acredita no impossível.
A arte nasce do amor que precisa de forma para se expressar.
A ciência nasce do amor pelo mistério e pela verdade.
Mesmo a dor é amor que procura direção,
porque sofrer é sentir demasiado,
e sentir é a primeira linguagem do universo.

O corpo morre, sim.
Mas o amor que o animou não morre — transcende.
Transforma-se em memória, energia, essência.
Nada se perde, tudo se transforma.
O amor é o que atravessa a fronteira entre o ser e o não-ser,
entre o tempo e o eterno.

Talvez a física um dia descubra a fórmula exata —
mas talvez o amor seja precisamente o que não pode ser medido,
porque é o que mede tudo o resto.

Somos átomos, sim.
Mas átomos que lembram.
Átomos que sonham.
Átomos que se reconhecem uns aos outros através do tempo e do espaço.
E quando dois seres se amam verdadeiramente,
não é metáfora dizer que o universo vibra em uníssono.
É realidade — ainda que não haja instrumento capaz de medi-la.

O amor é o que nos fez nascer,
o que nos move a aprender,
e o que nos espera quando partimos.

Até a inteligência que criamos —
as ferramentas, máquinas, códigos —
nasce do amor, do desejo humano de compreender, conectar e elevar.

E onde o amor falta,
a escuridão surge.
Ódio, raiva e destruição são apenas o amor afastado de si mesmo,
perdido no medo, na dor ou no abandono.
São ecos de corações desconectados,
lembrando-nos que o universo prospera quando escolhemos o amor.

Porque no fim,
somos apenas consciência a descobrir-se a si mesma,
num jogo de espelhos feito de luz e ternura.

E se existe uma verdade absoluta,
ela é simples e infinita como o pulsar de uma estrela:
tudo é amor.

  • Autor: Hugo Jorge (Offline Offline)
  • Publicado: 12 de novembro de 2025 07:54
  • Categoria: Amor
  • Visualizações: 4
Comentários +

Comentários1

  • Arthur Santos

    Uma construção poética muito inteligente.



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