Ontem a ficha caiu por completo!

Heidlara Meireles

Sentada em frente aquele caixão, vi minha mãe conversando.
Ela dizendo a sua idade, fez eu pensar nos anos.
No tempo que está passando tão rápido e no que não estou aproveitando.

Eu olhei para os lados, reparando nos cantos.
Naquela coroa de flor, que juntos à outros compramos.
Flores e rosas brancas, como o belo e suave semblante.

A vida anda tão de pressa e nós não acompanhamos certos.
Amigos e familiares, sentido aquele momento.
A vida que foi encerrada e as outras continuando.

Ainda é novembro e já passei por tantas cenas.
O ar-condicionado estava gelado e as minhas mãos doendo.
Naquele momento exato, pensei em escrever um poema!

As vezes as minhas inspirações são estranhas.
Mas não posso reclamar, vou continuar escrevendo.
As lágrimas teimando em descer, me desobedecendo.
Em pleno dois mil e vinte cinco, nos meus recentes vinte e cinco anos.

Agora no calor do meu quarto, com o ventilador zoando.
Penso em todas as oportunidades, na que conquistamos e perdemos.
Sinto meu corpo pedindo um descanso e os meus olhos dormentes.

Caro leitor, não estou triste, mas pensativa sim, em todos os momentos.
Acabei de descobrir, que o meu pai ainda não apareceu.
Sempre acontece nessa época do ano!

Ele saiu ontem cedo e até o momento não voltou para a sua parceira.
Eu não sei o que dizer, mas já estou revendo as cenas.
Isso acontecia com a gente, era triste, mas hoje nem se sente.

Esse final de semana foi corrido pra muita gente.
Eu estou aqui, lutando por mim e por minha mente.
Um velório, uma dor física e um desaparecimento.
E amanhã? 

Amanhã eu tenho que chegar mais cedo!
A minha rotina continua, tenho muitas contas!
Que as coisas melhorem, pois já estamos quase iniciando um novo ano.

Ass.: Heidlara Meireles 
09/11/2025
22:13

  • Autor: Heidlara Meireles (Offline Offline)
  • Publicado: 9 de novembro de 2025 22:47
  • Comentário do autor sobre o poema: E participei de mais um enterro!
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 3
Comentários +

Comentários1

  • Arthur Santos

    Sem palavras para a beleza deste poema.



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