De mim para eu mesmo

Nelton Hunguana

Oi,

Não vou perguntar como estás,

Porque sei como tens passado.

 

E pelo que tens passado,

Não sei do meu futuro,

Mas sei do teu passado.

 

Porque eu sou o teu eu do passado,

Mais autêntico porém, infelizmente, mais antiquado.

 

Escrevo-te esta carta

Porque imagino que estejas cansado,

Para te dizer que um dia venho

Para te visitar nos teus dias bons.

 

Porém terei que me despedir

Quando te entristeceres,

Porque dentro de ti existem dois seres:

Um é vivo e outro não.

 

É tão confuso

Que até te faz confusão,

Mas relaxa, sou apenas eu do passado,

Um que é feliz e faz as pessoas rirem,

Enquanto a outra faz as pessoas irem.

 

Eu sou autêntico

Porque não sou julgado,

Sou criança!!!

 

A outra é adulta

E até tem pensamentos de vingança.

 

Mas espera que eu venho te visitar,

Futuro eu,

Não te contentes com as migalhas

Que alguém te deu.

 

Nem sei por que digo isso,

Afinal de contas, quem sou eu?

 

Sou só uma criança,

Uma criança com sonhos e ambições,

Que não sabe o que são tribulações.

 

Mas o meu futuro eu sabe,

O mesmo que conhece

A montanha da desilusão

E ele sobe, sobe e sobe.

 

Mas tudo bem, futuro eu,

Eu venho te visitar algum dia.

 

Quando tiveres um dia bom, eu venho,

Porque é aí que eu tomo o controle,

E voltas a ser criança de novo.

 

Criança com alegria no pensamento,

Criança com sonho,

Criança sem medo.

 

Essa é uma carta para mim,

Assinado: eu mesmo.

  • Autor: Nelton (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 9 de novembro de 2025 14:47
  • Comentário do autor sobre o poema: Esse poema escrevi me lembrando da inocência de uma criança, e de que por mais adulto alguém possa ser, as vezes é necessário voltarmos a essa inocência para nos sentirmos bem, ou felizes, enfim, o que você achou do poema?
  • Categoria: Carta
  • Visualizações: 2
  • Usuários favoritos deste poema: Nelton Hunguana


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