Nasci antes do meu tempo,
não no corpo — mas na alma cansada.
Aprendi cedo que o silêncio fala,
e que nem todo abraço é morada.
Carrego cicatrizes que não sangram,
mas doem como se fossem de agora.
Enquanto outros brincavam de viver,
eu já aprendia a ir embora.
Sou aquele que entende o que não é dito,
que lê nas pausas o que o mundo cala.
Tenho o coração de vidro e aço,
quebrando e se refazendo — sem fala.
Dizem que pareço frio,
mas é só maturidade demais pra pouca idade.
Quem sente o mundo como eu sinto,
acaba virando tempestade.
E mesmo assim, sigo em frente,
com um sorriso de quem sabe e suporta —
porque ser maduro demais é isso:
chorar por dentro e abrir a porta.

Offline)
Comentários1
Poema de grande sensibilidade.
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.