Coisas (In)Finitas - M. P. Santos

M. P. Santos

Eu gosto da infinitude das coisas finitas,

Daquilo que é eternamente não eterno,

Completamente incompleto,

Certamente incerto,

Totalmente intotal.

Gosto de lembrar que as coisas que têm um fim,

Jamais terão, de certo, um fim.

Porque enquanto houver memória, haverá eternidade,

Enquanto houver saudade, haverá presença,

E enquanto houver poesia, haverá intensidade.

 

Mas o que me fere é pensar que,

No meio de tanta beleza inconclusa,

Há algo cuja finitude eu desejo profundamente:

A estupidez humana, o desejo por poder, a falta de empatia.

 

Mesmo no decorrer de séculos e mais séculos 

Ainda há essa cadeia grotesca que aprisiona almas,

Que veste o homem de ignorância e destrói seu próprio lar.

E, ainda assim, persiste.

Perdura, enquanto a vida tenta suprimir o coração do mau,

Enquanto o amor busca desesperadamente um espaço,

Entre a miséria das guerras e o egoísmo dos tronos.

 

Mesmo no decorrer de séculos e mais séculos

Ainda há essa cadeia grotesca que aprisiona almas,

Que veste o homem de ignorância e destrói seu próprio lar.

E, ainda assim, persiste.

Perdura, enquanto a vida tenta suprimir o coração do mau,

Enquanto o amor busca desesperadamente um espaço,

Entre a miséria das guerras e o egoísmo dos tronos.

 

Pensamos que em nossos dias não há mais reis e tronos,

Mas ainda existem impérios erguidos sobre vaidade e ambição,

Homens que desejam o topo, não pela grandeza da alma,

Mas pelo peso do poder em suas mãos.

Procuram dominar o incontrolável,

Erguem impérios de pedra e aço sobre os escombros do sentimento humano.

Como se a glória fosse mais valiosa que a humanidade,

Como se o domínio sobre os outros fosse prova de existir.

 

O homem que se exalta sobre os outros

Nunca conhecerá a paz que habita na humildade,

Nunca encontrará o infinito na simplicidade,

Na arte de ser humano.

Todo império erguido pela ganância é um império fadado a cair,

Porque a verdadeira grandeza não se mede pelo poder que se tem,

Mas pela compaixão que se oferece.

 

Mas eu creio que as coisas finitas,

As que merecem de fato perecer,

Um dia deixarão de ser.

Enquanto o homem insistir em construir muros ao invés de pontes,

Em valorizar poder mais do que humanidade,

Ele será a sua própria ruína, condenado a repetir o mesmo erro,

Como se a ignorância fosse sua única herança.

E talvez, um dia, essa estupidez encontre seu fim,

E o homem desperte para o que é realmente infinito:

O amor.

  • Autor: M. P. Santos (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 7 de novembro de 2025 11:05
  • Categoria: Reflexão
  • Visualizações: 3
Comentários +

Comentários1

  • Arthur Santos

    Sente-se cada palavra. Poema Intenso e emotivo.

    • M. P. Santos

      Grato por seu comentário.



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