Quando o silêncio vier — não o de fora,
mas o que mora dentro, entre um suspiro e outro —
que alguém me ouça, ainda que tarde,
como quem encontra uma carta molhada no chão.
Não quero deixar grandes frases,
nem verdades, nem promessas:
só o cansaço de quem tentou ser inteiro
num mundo que sempre pede metades.
Fui feito de coisas pequenas —
do café esquecido na mesa,
de risadas que doeram depois,
de abraços que nunca vieram.
Se alguém lembrar de mim,
que não seja pelo que falei,
mas pelo que quis dizer
e não consegui.
E se o tempo me apagar,
que ao menos reste um eco,
um som frágil, quase humano,
dizendo baixinho:
“eu vivi — e doeu ser partir.”
— fim.
6 nov 2025 (17:43)
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Autor:
Melancolia... (
Offline) - Publicado: 6 de novembro de 2025 16:43
- Comentário do autor sobre o poema: Fiz essa sem querer mesmo....Mais gostei....
- Categoria: Ocasião especial
- Visualizações: 10
- Usuários favoritos deste poema: Melancolia..., JT., SaseumiH

Offline)
Comentários1
Que intensidade emocional!
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