Quando faltam as palavras,
o silêncio se torna tradução.
É ele quem diz o que a boca hesita,
quem carrega o peso do não-dito.
Faltam letras, sobram suspiros.
E o olhar, esse verbo antigo,
declina no tempo o que a língua esqueceu:
sentir.
pausas que dizem mais que um grito.
Entre o som e o abismo,
o coração soletra, em segredo,
aquilo que a fala não alcança.
Porque às vezes,
não é que faltem palavras —
é que sobram emoções demais
para caber em qualquer uma.

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