Há pessoas que não precisam dizer nada pra que a gente sinta tudo.
Elas chegam como quem traz um sopro leve no meio do caos,
e, sem prometer nada, nos ensinam o que é calma.
Ele é assim,
feito de paciência, de gestos pequenos,
de uma presença que não exige.
Carrega uma serenidade que parece antiga,
como se o tempo, nele, andasse devagar.
Mas há algo dentro dele que se fecha,
como uma porta que teme o vento.
Um orgulho que o protege,
e, ao mesmo tempo, o impede de atravessar as pontes do próprio coração.
E mesmo assim, há beleza.
Porque o amor verdadeiro não força passagem,
ele espera.
Se eu pudesse, eu recolheria as dores que ele não diz.
Abraçaria o que nele dói em silêncio,
até que o peso virasse brisa.
Eu faria do meu afeto um remédio leve,
da minha ternura um descanso.
Rubem Alves dizia que “amar é deixar o outro ser o que é,
mas ainda assim querer que ele floresça”.
E é isso que eu quero:
vê-lo bem, livre, inteiro...
mesmo que minhas mãos não possam alcançá-lo.
Porque amar, às vezes, é só isso:
ficar quieta diante da distância,
e ainda assim sentir que o coração encontrou o seu lugar.
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                        Autor:    
     
	Brunna Keila (Pseudónimo (
 Offline) - Publicado: 2 de novembro de 2025 20:00
 - Categoria: Amor
 - Visualizações: 3
 

 Offline)
			
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