o amor que compreende o silêncio.

Brunna Keila

Há pessoas que não precisam dizer nada pra que a gente sinta tudo.

Elas chegam como quem traz um sopro leve no meio do caos,

e, sem prometer nada, nos ensinam o que é calma.

 

Ele é assim,

feito de paciência, de gestos pequenos,

de uma presença que não exige.

Carrega uma serenidade que parece antiga,

como se o tempo, nele, andasse devagar.

 

Mas há algo dentro dele que se fecha,

como uma porta que teme o vento.

Um orgulho que o protege,

e, ao mesmo tempo, o impede de atravessar as pontes do próprio coração.

E mesmo assim, há beleza.

Porque o amor verdadeiro não força passagem,

ele espera.

 

Se eu pudesse, eu recolheria as dores que ele não diz.

Abraçaria o que nele dói em silêncio,

até que o peso virasse brisa.

Eu faria do meu afeto um remédio leve,

da minha ternura um descanso.

 

Rubem Alves dizia que “amar é deixar o outro ser o que é,

mas ainda assim querer que ele floresça”.

E é isso que eu quero:

vê-lo bem, livre, inteiro...

mesmo que minhas mãos não possam alcançá-lo.

 

Porque amar, às vezes, é só isso:

ficar quieta diante da distância,

e ainda assim sentir que o coração encontrou o seu lugar. 

  • Autor: Brunna Keila (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 2 de novembro de 2025 20:00
  • Categoria: Amor
  • Visualizações: 3


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