Au Revoir

Kaju

Eu não quero estar nessa festa mais
eu não acho suas palavras interessantes mais
todos esses sapatos que me prendem de dançar
eu tirei eles, descalço na rua de pedra.

Poderiam dizer que meus remédios estão fracos
rua sem saída, você me dirige.
Algumas coisas deveriam ter ficado entre nós
mas minha boca é tão traidora quanto você.

Estamos vivendo de passado, amor de museu.
Estamos vivendo como fantasmas
se tudo se mantivesse, não seria perfeito?
mas você sabe quem sou, não sabe?

Quando se passa do auge
tudo que resta é a queda.
A felicidade é tão elusiva
paz é tão abusiva.

Beijos das minhas irmãs
pomadas para as contusões
você se foi e isso me faz tão
mais eu.

  • Autor: Kaju (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 2 de novembro de 2025 15:40
  • Comentário do autor sobre o poema: Escrevi “Au revoir” num momento em que percebi que despedir-se também pode ser um ato de reencontro. É um poema sobre deixar ir — pessoas, remédios, versões antigas de mim. Fala de como o fim de algo pode ser o início de uma presença mais verdadeira, mesmo que isso doa. No fundo, é um adeus dito com os pés descalços, tentando sentir de novo o chão.
  • Categoria: Triste
  • Visualizações: 7
  • Usuários favoritos deste poema: Arthur Santos


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