Etéreo Refém.

haidra

Quando muito jovem, minha mãe saiu;

A casa se tornou fria, 

Minha presença, quase remota, 

O caos fez moradia 

Dentro e fora da cabeça de mais uma garota. 

 

Lentamente, fragmentos de mim começaram a esvoaçar. 

Se eu sou o que sonho, já não sou ninguém, 

Afinal não há mais tempo pra sonhar, 

Para aquelas garotas que são reféns. 

 

Reféns do quê, você pergunta; Reféns da rotina.

O estresse sobe a cabeça,come memórias cruas.

Me sinto velha,mesmo jovem, e perco a soberba,

Afinal quem tem soberba sem a certeza do que é, quando despida e pura?

 

E eu achando que estava no controle, 

Quando o controle que me tem na bota. 

Se as coisas saem do eixo, toma-me a mente. 

Formigas passeiam pelo rosto seco de alguém etérea, quase morta.

 

Então vejo aos meus olhos, o tempo pendular,

Entre o antes e o depois.

Vejo tudo que perdi, a adolescência, enquanto estava a divagar

Dentro de uma indesejável cela de anzóis.

 

Talvez seja difícil de aceitar para nós,

Mas não posso fazer nada.

Cessam o calor e a luz,meus mil sóis,

Enquanto vejo o cerne ruir, deixando

somente histórias e estrada.

 

  • Autor: Haidra (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 1 de novembro de 2025 22:14
  • Categoria: Reflexão
  • Visualizações: 4
  • Usuários favoritos deste poema: Arthur Santos
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Comentários1

  • Arthur Santos

    Bela metáfora: Dentro de uma indesejável cela de anzóis.
    Gosto!



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