NO
A EXCEÇÃO E A REGRA
(Peça didática de Bertolt Brecht)
Chico Lino
"A história de uma viagem
feita por um explorador
e dois explorados"
O Comerciante tem pressa
A concessão é de quem chegar primeiro
Os concorrentes estão próximos
Ele manda o Guia bater no Carregador
Para ele andar mais depressa
O Carregador para diminuir a tensão
Sobre o Guia, pede para que ele bata
Mas não demais
O Guia bate no Carregador
Antes da travessia do deserto
Temendo os dois contra ele
O Comerciante demite o Guia
O Guia dá ao Carregador sua garrafa d'água
E pede para deixar escondida do Comerciante
Junto a um rio tumultuoso
O Comerciante com o revólver
Obriga o Carregador a atravessar
Na travessia o Carregador
Quebra um braço
O Comerciante bebe água furtivamente
O Carregador teme que o Comerciante
Morra de sede
E vai ao encontro dele com a garrafa que o
Guia o havia dado
O Comerciante julga ser uma pedra
Com um tiro, mata o Carregador
Ante ao Juiz o Comerciante explica:
- Eu fiz o Carregador trabalhar sem dormir, bati nele, quebrei-lhe o braço;
ele tinha todos os motivos para querer me matar, esta é a regra, como poderia saber
que ele era uma exceção?
"Que o seu inimigo
lhe fosse dar de beber
era uma coisa que
um homem de juízo
não poderia prever"
- Autor: Chico Lino (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 30 de agosto de 2020 02:28
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 24
Comentários1
Em juízo quem tem voz é ouvido, a justiça é cega, mas também surda quando lhe convém, ou escuta demais quando lhe convém...
O veredicto? Legítima defesa putativa!
Costumo dizer que judiciário tem pouca relação com Justiça...
Abraço, caríssimo Chico
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.