Enfermagem, cuidar sem aplausos, viver sem aumento

simone carvalho dos Santos

A enfermagem grita, mas o eco têm sido o silêncio.

Fomos a linha da frente quando todos recuaram...

E agora, somos a última linha na folha de proventos.

Estamos adoecendo não de vírus, mas de esquecimento.

 

Cuidamos dos corpos que governam...

Somos as mãos que amparam a vida e acalmam a partida.

Aquelas que trocam fraldas, limpam feridas, e ainda assim

recebem proventos que doem mais doque qualquer ferida.

 

Enquanto o pais dorme, estamos cuidando dos que respiram

com a ajuda das nossas mãos...

Enquanto as autoridades discursam, estamos trocando curativos,

enxugando lágrimas e sustentando a vida.

 

Quando a velhice bater á porta dos poderosos...

e a soberba já não servir de abrigo, serão as mãos da enfermagem

que cuidarão das suas feridas, trocarão as suas fraldas frias...

Talvez descubram nesse momento o valor de ser cuidado.

 

E quando o tempo cobrar a fatura, seremos nós... as mesmas que ignoram...

quem estarão ali, trocando suas fraldas, curando suas feridas...

e mostrando mais uma vez que aprendemos a curar mesmo sem remédios.

Apesar do cansaço, continuamos firmes, mesmo diante de tantas promessas vazias.

  • Autor: Simone Carvalho (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 28 de outubro de 2025 23:28
  • Comentário do autor sobre o poema: Escrevi esse poema porque senti a urgência de dar voz a quem cuida em silêncio, não só na enfermagem, mas em tantas profissões esquecidas, que sustentam o país sem reconhecimento. É um grito suave, mas firme, por respeito.
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 4


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