A enfermagem grita, mas o eco têm sido o silêncio.
Fomos a linha da frente quando todos recuaram...
E agora, somos a última linha na folha de proventos.
Estamos adoecendo não de vírus, mas de esquecimento.
Cuidamos dos corpos que governam...
Somos as mãos que amparam a vida e acalmam a partida.
Aquelas que trocam fraldas, limpam feridas, e ainda assim
recebem proventos que doem mais doque qualquer ferida.
Enquanto o pais dorme, estamos cuidando dos que respiram
com a ajuda das nossas mãos...
Enquanto as autoridades discursam, estamos trocando curativos,
enxugando lágrimas e sustentando a vida.
Quando a velhice bater á porta dos poderosos...
e a soberba já não servir de abrigo, serão as mãos da enfermagem
que cuidarão das suas feridas, trocarão as suas fraldas frias...
Talvez descubram nesse momento o valor de ser cuidado.
E quando o tempo cobrar a fatura, seremos nós... as mesmas que ignoram...
quem estarão ali, trocando suas fraldas, curando suas feridas...
e mostrando mais uma vez que aprendemos a curar mesmo sem remédios.
Apesar do cansaço, continuamos firmes, mesmo diante de tantas promessas vazias.
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Autor:
Simone Carvalho (Pseudónimo (
Offline) - Publicado: 28 de outubro de 2025 23:28
- Comentário do autor sobre o poema: Escrevi esse poema porque senti a urgência de dar voz a quem cuida em silêncio, não só na enfermagem, mas em tantas profissões esquecidas, que sustentam o país sem reconhecimento. É um grito suave, mas firme, por respeito.
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 4

Offline)
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