Eu sinto um aperto no peito
Que não é passageiro
Ele é inquilino
O tenho escondido de mim
Para que possa esquecer
E viver
Eu tenho inquietações em minha alma
Que nem o verde bonita da janela acalma
Tenho pensado sobre tudo
Sobre eu
Sobre você
E os outros que me atormentam
Já não choro mais como antes
É só um choro contido
Às vezes no final do noite
Rapidamente durante o dia
Não choro pois não desaguo mais como antes
Estou feito uma represa
Guardando meus redemoinhos numa agua profunda
Não me importando com o que acho
Com o que penso
Com o que sinto
Só sigo em frente
Tenho estado demais com quem não admiro
Tenho aceitado demais a opinião alheia
Tenho tentado me encaixar onde não me cabe
O vazio que me ocupa
Não é preenchido com o que me conflita
E se me perguntar: Onde doe?
Não sei, a minha carne está inerte
Não sou quem eu era
Por enquanto
Sou o que consigo ser
O eu que sobreviveu
Que veste a fantasia de tecido esgaçado
Que usa a mesma mascará quase todo dia
Invisível a todos que conseguem enxergar
Enxergando tudo o que passa ao meu redor.
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Autor:
Joana de Clarice (
Offline) - Publicado: 28 de outubro de 2025 14:28
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 5

Offline)
Comentários1
Bacana.
Me identifiquei no seu poema.
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