Eu odeio ele
O barulho dele
E a cada segundo fica mais alto
Eu odeio a forma de acessório
E o quanto ele se esforça para ser elegante
Eu queria que ele caísse da parede e o vidro dele tivesse força o suficiente para rachar a minha cabeça
E aí, ele ia ter me matado por fora também
E todo mundo ia conseguir enxergar
A forma que ele destrói a minha cabeça
Se eu estivesse no chão
Sangrando de forma visível
Com toda a minha apatia
Eles finalmente entenderiam que eu não existo mais?
Eles finalmente entenderiam que
Eu não preciso de ajuda
Porque eu desisto a cada novo barulho dele
E cada vez mais
O som está distante
Ele é meu pior inimigo
E a pressão que ele faz
Foi o que me destruiu a cinco anos atrás
Quando eu fiquei meses em silêncio
Vegetando
E eu só conseguia escutar ele
Porque mesmo em completo vazio
O som dele continuava ecoando
E sempre que eu enlouqueço
Ele é o primeiro a aparecer
Ele mora nas minhas alucinações
Na parede da cozinha
E no meu desespero
E em todo novo dia
Ele inicia repetindo
Tic
Tac
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Autor:
Stranger. (Pseudónimo (
Offline) - Publicado: 28 de outubro de 2025 01:39
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 9
- Usuários favoritos deste poema: SaseumiH, Arthur Santos

Offline)
Comentários1
O tempo nem precisa do tic tac para passar... passa sozinho e não podemos fazer nada.
Belo poema.
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