? O Beijo da Solidão
Meu corpo nunca mais foi o mesmo depois de ser beijado pela solidão.
Ela chegou como um vento frio e silencioso, tocando-me por inteiro, sem pedir permissão — e, ainda assim, deixando uma marca eterna. Foi nesse toque invisível que compreendi: há dores que não ferem, apenas despertam.
Fui triunfada pelo acaso da sapiência vitalícia — essa sabedoria que não vem dos livros, mas das quedas e dos silêncios que o tempo impõe. Aprendi que conhecer é muito mais do que pensar; é sentir o peso e a leveza de existir em plenitude.
No reflexo do espelho, deixei de procurar apenas uma aparência. Passei a enxergar a história que o corpo carrega: as cicatrizes que contam, os gestos que gritam, o respirar que insiste. Entendi, enfim, que o físico é a morada da alma, e que honrar essa casa é também um ato de amor próprio.
Hoje, abraço cada parte de mim com a ternura de quem sabe que a mente é o mapa, mas o corpo é o território onde a vida acontece.
E nesse reencontro, renasço — inteira, consciente e viva. ?
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— Sandra Marisa Albuquerque
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Autor:
Amorpoemas (
Offline) - Publicado: 26 de outubro de 2025 19:36
- Categoria: Não classificado
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