Tempo

Charlanes Oliveira Santos


Aviso de ausência de Charlanes Oliveira Santos
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As linhas do caos ameaçam o tempo —
como um rodo, o desequilíbrio dos buracos negros
segura o firmamento,
em vivos fragmentos divide
quem fui de quem serei:
a serpente invisível
entre o espelho e a realidade.
A consciência — transparência transpassada —
transcende o olhar que era cego,
e se olha de volta.
A poeira mental sobre a relva,
a água — o simples orvalho na pele —,
os mundos, vice-versa
de um único verso físico, palpável.
Muralhas de vazio, vácuo frio.
Em um sonho? Arrebatamento?
Esfaceladas imagens de um delírio?
Espuma profética da minha loucura — não sei.
Atravessar estas fronteiras do ser e do estar lúcido,
e perguntar-se: é real?
Lá fora, a noite respira, se estende.
Eu só faço poesia.
Lua cheia, árvores — folhas ardentes.
Espáduas que reluzem, corpos que se abrem
entre outros corpos.
Só quero escrever,
mesmo entendendo tão pouco
de mim e dos cosmos.
Deito na margem da noite e sei
que eu também, e meus contos,
pertencem à noite.
Estendo-me — esgalho pensamentos —
e vejo, de longe, a brancura furta-cor que respira e pulsa:
estrela dividida,
como a boca da taça de cristal.
A balança, pós-aurora,
volta, pulsa sangue dentro do corpo.
E volto a dormir.

  • Autor: Charlanes Oliveira Santos (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 25 de outubro de 2025 14:37
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 3


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