De tudo que faço, não peço e nem laço.
O que deveria ser raso, se transforma em rastro.
De tudo que faço, abraço sem cor;
Pois, na dor, finjo que abracei com amor.
Rezo na noite anterior:
Que esse dia amenize minha dor,
Me trazendo a cura para esse furor.
De tudo que faço, me embaraço e refaço
As coisas que passo, por carrascos,
Que me tiram o agora, me deixando outrora.
A manhã cai, e a prece não se esvai.
Pensamentos vão e vêm, acorrentando-me à ferida ardida,
Que me súplica e implica o ardor da vida.
Revelando a causa: de aceso à faísca que queima,
Com calma, a alma, me deixando, de vez,
Amortecida na indecisão da existência,
Perdendo no tempo a noção de tempo,
Que domina de perto a ignorância dos servos.
À procura do ferro que alimenta o sangue,
De veias pulsantes, que não sonham
E nem se libertam de correntes,
Para apreciar o presente.
De tudo que faço, não pego nem agarro,
Pois o laço é bem dado, enrolado de lado,
Me deixando marcado, como um vaso quebrado.
De tudo faço, apenas repasso.
“Stefany De’Morais”
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Autor:
Stefany De\'Morais (Pseudónimo (
Offline) - Publicado: 25 de outubro de 2025 10:11
- Comentário do autor sobre o poema: A dor de um ciclo que te aprisiona ao passado!
- Categoria: Triste
- Visualizações: 4

Offline)
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