Como viver com os fatos que nos roubam o sono?
Existe fórmula para esquecer o que pesa na alma?
Todos falam em felicidade — por que perseguir um impossível?
Quisera eu ter saber suficiente para responder a cada pergunta.
Vivemos dias instáveis.
Será que chegou a hora de refletir verdadeiramente sobre nossas ações?
Se o tempo do fim ecoa, cabe-nos silenciar e buscar respostas.
Há momentos em que é preciso largar tudo e voltar-se para o espírito interior:
buscar a paz almejada, dormir sem pressa de acordar.
Procuramos a luz e negamos a escuridão.
Procuramos força e abandonamos o coração.
É muita hipocrisia; tantas coisas erradas viram certas.
Perdemos o escrúpulo da vergonha, o mínimo de respeito.
Tornamo-nos frios, dispensáveis — muita perdição num pequeno pedaço de terra.
Vivemos uma falsidade disfarçada de vida.
Jovens se perdem cedo demais; crianças perdem a infância.
Brindes e bebedeiras servem de desculpa para esquecer.
Mas, passados um ou dois dias, os problemas persistem; as feridas não se foram.
E a cadeira do bar ou o sofá permanecem impregnados de noites mal vividas.
Mentir virou costume; a verdade, opção rara.
Poderia escrever dias sobre essa perda.
Não me coloco como santo, mas recuso a normalização do erro.
A humanidade afunda, pouco a pouco.
Um dia perceberão — e, então, talvez seja tarde demais.
Viver não é videogame.
Viver é responsabilidade — um fardo e um presente.
Pense no que faz com esse dom.
Augusto Ferreira
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Autor:
augustoferreiralit (
Offline) - Publicado: 25 de outubro de 2025 09:51
- Categoria: Reflexão
- Visualizações: 1

Offline)
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