Responsabilidade

augustoferreiralit

Como viver com os fatos que nos roubam o sono? 

Existe fórmula para esquecer o que pesa na alma? 

Todos falam em felicidade — por que perseguir um impossível? 

Quisera eu ter saber suficiente para responder a cada pergunta. 

 

Vivemos dias instáveis. 

Será que chegou a hora de refletir verdadeiramente sobre nossas ações? 

Se o tempo do fim ecoa, cabe-nos silenciar e buscar respostas. 

Há momentos em que é preciso largar tudo e voltar-se para o espírito interior: 

buscar a paz almejada, dormir sem pressa de acordar. 

 

Procuramos a luz e negamos a escuridão. 

Procuramos força e abandonamos o coração. 

 

É muita hipocrisia; tantas coisas erradas viram certas. 

Perdemos o escrúpulo da vergonha, o mínimo de respeito. 

Tornamo-nos frios, dispensáveis — muita perdição num pequeno pedaço de terra. 

 

Vivemos uma falsidade disfarçada de vida. 

Jovens se perdem cedo demais; crianças perdem a infância. 

Brindes e bebedeiras servem de desculpa para esquecer. 

Mas, passados um ou dois dias, os problemas persistem; as feridas não se foram. 

E a cadeira do bar ou o sofá permanecem impregnados de noites mal vividas. 

 

Mentir virou costume; a verdade, opção rara. 

Poderia escrever dias sobre essa perda. 

Não me coloco como santo, mas recuso a normalização do erro. 

A humanidade afunda, pouco a pouco. 

Um dia perceberão — e, então, talvez seja tarde demais. 

 

Viver não é videogame. 

Viver é responsabilidade — um fardo e um presente. 

Pense no que faz com esse dom. 

 

 

 

      Augusto Ferreira

  • Autor: augustoferreiralit (Offline Offline)
  • Publicado: 25 de outubro de 2025 09:51
  • Categoria: Reflexão
  • Visualizações: 1


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