A Fúria Alada

Roberto

Quando a trombeta silencia o éter,
E o céu se tinge em cor de brasa e fel,
Não é a terra que treme, é o puro ser
Dos anjos, que se erguem, rompendo o véu.

Não há brandura em seus olhares de diamante,
Nem cânticos de paz, nem doce mel,
Apenas a ira justa, fulgurante,
Que o próprio Amor Divino lhes concebeu.

As asas, antes níveas, nuvens de esplendor,
Agora são ciclones, ventos de temor,
Cada pena uma lança, um raio a crepitar.
E a voz que um dia trouxe a paz aos corações,
É agora o trovão que quebra as ilusões,
O brado do Altíssimo a se manifestar.

Eles que viram mundos desmoronar,
E a fé dos homens em pó se transformar,
Guardaram a dor em seu peito imortal.
Mas chega o tempo em que a paciência finda,
E a justiça, que antes era mansa e linda,
Assume a forma de um furor angelical.

Não há perdão nos olhos que tudo veem,
Só a sentença que os céus e a terra leem,
Escrita em fogo, em glória e em aflição.
E ao som das espadas que não têm rival,
A fúria dos anjos, divina e fatal,
É o juízo final em cada coração.

  • Autor: Roberto (Offline Offline)
  • Publicado: 24 de outubro de 2025 14:15
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 3


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