O brilho da pele dourando,
O calor atravessando o uniforme.
Um ouvido pro ar; Crianças grandes tagarelando.
Um ouvido tampado; O som abafado das batidas disformes.
A visão enegrecida, enquanto sinto as costas queimarem.
Já não há sangue em meu braço, mas eu preciso continuar.
Crianças gritando palavrões como botões de flores;
Eu não pertenço à esse lugar.
E há um livro aberto, em frente à janela suja;
Ele fala sobre a loucura de Van Gogh ou mil poemas num verso,
Mas as crianças não ligam pra vista lúcida,
Eles só ligam pro encaixe imperfeito de dois corpos.
Afinal, todos nós estamos (ou já estivemos) aqui, presos no mesmo cômodo.
Alguns xingam, outros brincam,
E todos fingem que são adultos.
Ingênuos,eles os imitam, mas nenhum de nós entende, de verdade, algo do mundo.

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Comentários1
Ficou pra lá da faixa de Gaza, onde pra morte, mais um ou menos.
São caprichos de quem carrega a fome.
Parabéns pela reflexão e assim mesmo querer entender algo do mundo.
Prazer.
JT
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