Ao não sofredor, um poema

arkynsam

Tenho percebido uma triste realidade,

E a empurro aos confins da mente.

 

Corri tanto para não sentir nada,

Evitando o apego,

Evitando a decepção,

Correndo da alegria,

Fugindo da mágoa.

 

Devo ter esquecido: a frágil vida,

tão breve, passa e acaba.

 

Ao afogar os maus sentimentos,

Acabei afogando a mim mesma.

 

Em meu chorar,

Já não encontrei o consolo da tristeza,

Mas sim um abismo,

Tão profundo que consome tudo.

 

Corri, corri,

E agora percebi:

Na luta contra a dor,

Deixei de Viver.

 

Um dia alguém me disse:

 

"Sinta a dor como nunca, para não sofrer eternamente."

 

Precioso conselho.

 

Não mais trancafiada numa teia de paz fingida.

Eu sentiria, sim, sentiria,

E com esperança compreenderia

O quanto é vital a angústia,

Para então buscar a paz verdadeira, aquela que preenche o vazio e não se vai.

 

Me amaria,

E amaria mais,

Me perdoaria,

E perdoaria mais,

Viveria sem ressentir.

 

Feliz de simplesmente

Poder existir a cada dia,

Desfrutar das dores

E das alegrias,

Na saúde e na doença,

Na alegria e na tristeza,

Sabendo que a Graça

Que me foi concedida me basta.

 

Não mais uma sobrevivente,

Mas uma alegre passageira da vida,

Seguindo viagem até o fim

  • Autor: Elysia (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 22 de outubro de 2025 02:45
  • Categoria: Reflexão
  • Visualizações: 4


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