As luzes daquele prédio me fazem lembrar algo
Não sei dizer o quê
Talvez um lampejo de esperança, uma lembrança
Ou aquele dia que eu vi aquela borboleta roxa
Aquela que encantou meu jardim
Não gosto de lembrar dela. Penso que já está em outros jardins
Se estiver, não me importo mais
Cuidarei eu mesmo dele, não preciso daquelas...
Daquelas lindas asas que me lembravam margaridas
As luzes oscilam ao longe, e me fazem pensar
Me fazem pensar se meu jardim não era o bastante pra ela
Ou ela não gostava das minhas flores
Ou eu não gostava como ela pousava sobre elas
Não sei dizer, talvez as duas coisas
Eu ainda a vejo por aí
Circulando sobre a brisa refrescante da noite
Olho para o meu jardim, talvez seja melhor cuidar dele sozinho
Outras borboletas virão, sentirão o vento suave daqui
Serão abraçadas pelo amor das minhas rosas
Ou perfuradas pelos meus espinhos
Até lá, podarei as folhas e os galhos ruins
Regarei as raízes todos os dias
Trarei a intensa luz da manhã sobre suas pétalas
Cuidarei dos córregos onde percorrem vida
Até lá, eu irei te aguardar
Pensarei em você todos os dias
Até que venha, eu vou preparar este oceano verde
Que minhas espinhas não te assustem e nem te afastem
Que eu te ame mais do que tudo
E que o Meu Escuro não te tire de mim.
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Autor:
Meu Escuro (Pseudónimo (
Offline)
- Publicado: 21 de outubro de 2025 18:49
- Categoria: Carta
- Visualizações: 3
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