Inteiro e metade. Das metades, apenas resquícios.
Uma eterna sensação de carregar partículas de pessoas em você, e de deixar um pouco de nós nelas também.
Quando uma música deixa de ser apenas música.
Quando um prato de comida desperta lembranças.
Quando até mesmo o vazio da alma se transforma em um lugar para dois, e não só para um.
Recordações… resquícios de outro alguém.
Uma banda.
Uma cafeteria de esquina.
Uma cor.
Um minuto, dois anos, e uma eternidade de agonias.
Alguém.
Um certo alguém.
Você.
Eu antes de você.
Nós.
Eu novamente, ou parte disso.
Tenho resquícios seus, mas não sei onde andam os meus. O espelho me devolve apenas uma metade, e eu não me reconheço. Quero me reencontrar, mas nem sei por onde caminho. Talvez eu me encontre quando souber por onde anda você. Talvez eu encontre apenas uma ideia. Não sei.
O amor guarda resquícios de ódio, e o ódio, resquícios de amor.
Há muito de você em mim, mas nada de mim em você.
Mergulhei nesse amor raso e quis, desesperadamente, me afogar. Até aprendi a boiar, para incomodar menos…
Mas então você cavou um buraco, e a água cessou.
Apaguei minhas luzes internas. Parei de te procurar em mim. Até porque não era você de verdade. Era apenas alguém que eu desejei muito que você se tornasse.
Resquícios.
Poeira.
E nada.
Eu.
Eu de novo.
Apenas eu.
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Autor:
Esquina do poema - Thaiany Oliveira (
Offline) - Publicado: 20 de outubro de 2025 12:03
- Categoria: Amor
- Visualizações: 1

Offline)
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