Diamantes Quebrados

Você não partiu meu coração.
Você o despedaçou —
com a frieza de quem nunca sentiu nada.

Não foram lágrimas,
foram cacos de diamantes
caindo um por um no chão do meu peito.
E eu, tola, achando que era amor
quando era só reflexo, só espelho, só ego.

Meu coração não sangra mais.
Congelou.
Virou território esquecido,
um Polo Norte onde não há bússola,
nem resgate, nem misericórdia.

Acreditei —
e foi essa a maior ilusão:
achar que você era abrigo,
quando era só tempestade disfarçada.

Agora não peço, não imploro, não volto.
Quero que tudo em você se quebre
como você quebrou minha confiança:
em mil pedaços de silêncio,
que cortam e não curam.

Que seu mundo desabe sem ruído,
que seu sorriso congele antes de nascer.
Que o amor que você procura
sinta por você o mesmo nada
que você deixou aqui.

Não te odeio.
Odeio ter acreditado.
E isso é mais frio que qualquer vingança.